Ruth Benedict - Padrões de Cultura - Cap. II: A diversidade de culturas.

O argumento principal deste capítulo é mostrar e tratar as culturas dando ênfase ao seu caráter distintivo de seus padrões perceptíveis nas mais distintas sociedades, onde Ruth pontua que esse caráter diverso é marcado pela escolha de certos elementos, segmentos que não são considerados fundamentais para a delimitação da sociedade. 

Para marcar essa argumentação a autora propôs seis pontos de análise que fornecem exemplos claros de sociedades primitivas, que utilizam de alguns fatores para se diferenciar das outras, adolescência; puberdade; o fator da guerra; costumes relacionados ao casamento; as feições culturais; os espíritos guardiões e visões; casamento e a igreja. Cada ponto é abordado levando em conta os processos fixados como essenciais na interação do grupo. 

No fato dos rituais de puberdade é preciso entender tal processo como um fato social, em que certos rituais de puberdade nos homens, em culturas como na Austrália é dado mais atenção do que no rito de passagem nas mulheres. Já na África central este ritual de passagem é mais acentuado que os dos homens. 

Sobre a guerra, a autora faz a distinção entre as culturas que se utilizam da guerra e outras que se quer nunca se ouviu falar dela. A guerra também é outro fato social, a guerra é guerra não porque ela produz um estado de tensão entre as culturas ou em tribos, mas pelo seu caráter e a importância dado a ela. Os outros pontos como casamento e a igreja, seguem padrões que são exclusivamente tratados como particulares de cada cultura, não importando no entanto o grau de diferenciação de uma para outra. Define-se cultura então, tudo aquilo que resulta da criação humana. Não existe cultura inferior ou superior, melhor ou pior, existem culturas diferentes. 

A cultura é uma das principais características humanas, pois só o homem é capaz de desenvolver culturas e assim se distinguir de outros seres como os animais e as plantas. A cultura permanece como sempre foi e é passada aos descendentes como uma memória coletiva, expressando que todos os povos tem uma identidade cultural. 

A cultura alma coletiva é a forma de expressar que todos os povos e grupos tem cultura. Já a cultura mercadoria é aquela produzida em centros culturais, cinemas, teatros, entre outras artes e objetos que estão à disposição de quem pode pagar por elas. Um exemplo claro está nas lojas dos aeroportos, onde são vendidos objetos culturais em altos valores. Ruth destaca também o etnocentrismo, que é a intolerância cultural quando uma cultura se mostra superior a outra, são as denominações e preconceitos. Essa situação é comum desde 1.500 quando os portugueses tiveram contato com os índios da América do Sul, denominando-os de selvagens, não levando em conta nem respeitando a cultura do povo indígena.

Para os antropólogos evolucionistas, a compreensão da diversidade cultural não é um processo evolutivo biológico, e sim histórico associado a ideia de progresso. Portanto, é possível afirmar que o evolucionismo na antropologia deu uma resposta clara a antiga questão de como poderia compreender a enorme diversidade cultural humana. 

Segundo Ruth Benedict, para compreender um traço cultural dentro de seu contexto geral, precisamos ser capazes de analisar os traços da nossa cultura considerando suas diversas partes. De acordo com a autora, é importante destacar que a história teórica trata do exame dos problemas que se tornam pertinentes e merecedores de investigação. A diversidade cultural era entendida apenas em função do grau de desenvolvimento atingido por cada cultura em uma escala evolutiva, denotando que os estágios inferiores deveriam ser substituídos pelas manifestações superiores. 

Ruth Benedict dizia que cada cultura é uma expressão única e legítima das potencialidades humanas, e em consequência não pode haver normas universais de prática cultural . Já Alfred kroeber defendia que não seria possível elaborar categorias gerais nas quais se pudessem incluir, de maneira exata, todos os fenômenos particulares de todas as culturas . Surgindo daí, o relativismo moral definindo como: pensamentos e valores dentro de cada cultura. 

Portanto , o relativismo cultural, é observado como um método de estudo das culturas. 

Desde os anos 70 vivemos e estamos em busca da diversidade cultural de fato e de direito, porém é uma busca difícil porque se valoriza muito as tradições particulares de cada cultura indo ao oposto da globalização.

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